Todo mundo conhece a história da maçã do topo da árvore. Aquela que diz que mulheres são como maças em árvores e as melhores estão no topo. Essas que muitos homens almejam, mas por estarem muito altas, tem medo de cair e se machucar tentando alcançá-las. Uma fábulazinha que, resumindo, fala de meninas fáceis e meninas que esperam o "cara certo". Claro que eu conheço a fábula e já a usei algumas vezes para julgar meus próprios atos (só os meus atos). Pensei muito no tipo de maçã que eu queria ser. Sou orgulhosa demais pra ser a maçã do chão ou nos galhos mais baixos. Eu nunca poderia ser assim, odiaria a mim mesma se fosse. Pensei que poderia ser a maça do topo, dessas que esperam pelo "cara certo". Mas aí eu me dei conta que eu nunca saberia identificar o "cara certo". Eu só aprenderia com a experiência. Apesar das dores e dos ressentimentos, eu não saberia escolher bem, se não tivesse cometido erros de escolha e valorização antes. Só com a experiência aprenderia a cuidar de mim mesma, ganharia uma certa imunidade. É como uma prova de matemática. Você pode saber todas as fórmulas de cor, mas se você não praticou-as antes da prova, de nada vai te servir sabê-las.
Essa teoria da maçã do topo da árvore pode até ser interessante, e pode ser usada
Achei que eu estava certa e bem, sendo a única dona das minhas escolhas. Responsável por elas, independente do resultado. Achei que estava ciente, achei que estava pronta. Achei que depois de todos os tropeços e a recente diminuição exponencial deles, dificilmente eu cairia tão feio. Ainda cuidadosa, mas confiante eu caí.
Acreditei no karma (o que vai, volta em dobro), e analisando todas as perdas e ganhos dos últimos tempos, achei que era hora da "volta em dobro", afinal era o que tudo indicava. E aí está a ironia da coisa, quando se acha que tem-se o jogo na mão, uma virada espetacular te joga no chão. Achei que eu merecia, achei que eu era "aquela" menina. Pensei sim, que o jogo tava na minha mão e vi ele ser tirado de mim em questão de segundos. E aqui, agora, cabe somente uma decisão: mudar o jogo e tentar ser exatamento o que eu quero, ou continuar nesse, mas sabendo que nunca serei "aquela" menina. Essa decisão, bem como as consequências dela, cabem somente a mim.