segunda-feira, 3 de maio de 2010
Todo mundo conhece a história da maçã do topo da árvore. Aquela que diz que mulheres são como maças em árvores e as melhores estão no topo. Essas que muitos homens almejam, mas por estarem muito altas, tem medo de cair e se machucar tentando alcançá-las. Uma fábulazinha que, resumindo, fala de meninas fáceis e meninas que esperam o "cara certo". Claro que eu conheço a fábula e já a usei algumas vezes para julgar meus próprios atos (só os meus atos). Pensei muito no tipo de maçã que eu queria ser. Sou orgulhosa demais pra ser a maçã do chão ou nos galhos mais baixos. Eu nunca poderia ser assim, odiaria a mim mesma se fosse. Pensei que poderia ser a maça do topo, dessas que esperam pelo "cara certo". Mas aí eu me dei conta que eu nunca saberia identificar o "cara certo". Eu só aprenderia com a experiência. Apesar das dores e dos ressentimentos, eu não saberia escolher bem, se não tivesse cometido erros de escolha e valorização antes. Só com a experiência aprenderia a cuidar de mim mesma, ganharia uma certa imunidade. É como uma prova de matemática. Você pode saber todas as fórmulas de cor, mas se você não praticou-as antes da prova, de nada vai te servir sabê-las. 

Essa teoria da maçã do topo da árvore pode até ser interessante, e pode ser usada como desculpa por muitas mocinhas inseguras para justificar que nao tem ninguém. Afinal só podem ser as maçãs no topo da árvore! Agora, veja bem, se você parar para pensar essa história toda diz que as mulheres estão lá, esperando ser escolhidas. E eu, que sou um poço enorme de orgulho puro, nunca aceitaria ser escolhida. Meu bem, eu não espero ser escolhida, eu escolho. Eu decido. E pago por isso. Quebro a cara quando erro, mas aprendo. Sou a única responsável pelas minhas escolhas.  Vê a diferença? É fácil ser a maçã na árvore (em qualquer altura dela) esperando. Difícil é você arcar com as consequências dos seus atos. 

Achei que eu estava certa e bem, sendo a única dona das minhas escolhas. Responsável por elas, independente do resultado. Achei que estava ciente, achei que estava pronta. Achei que depois de todos os tropeços e a recente diminuição exponencial deles, dificilmente eu cairia tão feio. Ainda cuidadosa, mas confiante eu caí.

Acreditei no karma (o que vai, volta em dobro), e analisando todas as perdas e ganhos dos últimos tempos, achei que era hora da "volta em dobro", afinal era o que tudo indicava. E aí está a ironia da coisa, quando se acha que tem-se o jogo na mão, uma virada espetacular te joga no chão. Achei que eu merecia, achei que eu era "aquela" menina. Pensei sim, que o jogo tava na minha mão e vi ele ser tirado de mim em questão de segundos. E aqui, agora, cabe somente uma decisão: mudar o jogo e tentar ser exatamento o que eu quero, ou continuar nesse, mas sabendo que nunca serei "aquela" menina. Essa decisão, bem como as consequências dela, cabem somente a mim.




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posted by Deborah Luisa at 09:57 |

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