quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O que mais me incomoda, no auge das minhas 24 primaveras e dá minha atitude de princesa profissional, é você não perceber o quão sortudo foi. Mas é assim mesmo, eu acho. Nunca se dá conta da sorte grande até que ela vai embora. É tão raro gostar de alguém, assim, de cara, se encantar por alguém sem motivo algum aparente, de primeira, sem nada que pareça estranho, que quando acontece eu procuro agarrar com as duas mãos. Não é amor a primeira vista, veja bem. Mas aquela cena em que a princesinha, do nada, repara em algum rapaz, que tá ali, de boa, sem fazer nada mesmo, e suspira. Foi assim. Foi bem assim quando eu te conheci. 

E pode chamar de química, pode dizer que a ciência explica, o que for. Mas pra mim foi pura mágica. Não que eu estivesse procurando um conto de fadas (já que minhas experiências provam que as vilãs sempre se dão melhor nesse lado de cá do mundo). Não é nada disso. Mas eu sabia que daria certo, desde a primeira vez que eu te vi. Sabia.

E eu quis. Cada vez mais eu quis que desse certo, que você estivesse aqui. Mesmo sem enxergar os sinais, eu quis. Mas há situações que nem eu mesma, nem com todo encanto dos contos, conseguiria reverter. E dessa vez, ao invés de tentar te fazer acreditar e esperar a situação mudar, eu respirei fundo e te dei as costas de cabeça baixa, sabendo tudo que poderia ter sido, mas não foi.

Hoje eu ainda sonho com o seu sorriso e a maneira encantadora e divertida de falar comigo. Mas não é o seu braço que envolve minha cabeça enquanto eu durmo. Não que eu ainda sonhe com a sua volta, não é isso. Eu apenas gostava muito muito muito de te ter perto. Mas hoje é outro abraço que me espera de tardezinha, outra mão pra segurar enquanto caminhamos despreocupados pela calçada (uma mão que sempre procura a minha, ao contrário da sua, que sempre fugia). É outro braço que envolve minha cintura, outro ombro que eu apoio minha cabeça pra contar meu dia, enquanto outra mão carinhosamente me envolve. Outra boca que me dá um leve beijo de boa noite, que me pede pra ficar e sorri ao saber que amanhã estará comigo de novo. E eu adoro.

Não é como foi com você, não houve suspiros e nenhum encanto pra me fazer agarrar com as duas mãos. Talvez as coisas desse lado de cá funcionem diferente pra nós, princesinhas e por isso precisamos nos adaptar a realidade. Mas é de uma forma leve e bonita. É um processo lento e agradável, onde eu consigo enxergar cada detalhe e ainda assim saber que o resultado final é positivo. É algo que me faz sentir borboletas no estômago  e aproveitar todo o processo com sorriso no rosto, ao contrário de você, que fazia um incêndio gostoso e doloroso.

Não estou dizendo que está tudo melhor agora, nem estou escrevendo com ressentimentos por tudo que você não foi. Nada disso. É só uma maneira simples e leve de te dizer, delicadamente, que está tudo bem agora. 


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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Eu decidi que ninguém pode fazer com que eu me sinta mal, sem o meu consentimento. 

Não é novidade, Eleanor Roosevelt já havia dito isso antes mesmo de eu me entender por gente. Então, sendo bem curta e sincera, mesmo que eu esteja me matando por dentro, me despedaçando em lágrimas, sentindo sua falta mesmo sem querer sentir, não tem o meu consentimento pra me deixar mal. Eu sei que falando assim pode parecer fácil toda essa racionalização de sentimentos. Não é. Acredite, não é mesmo. Na verdade é uma das coisas mais difíceis e requer muita força e paciência. Aliás, força é isso aí mesmo. É aguentar a pancada. Não é que não doa, dói. Muito. Mesmo. Mas não há muitas escolhas aqui, a não ser aguentar a pancada, respirar fundo, não fazer movimentos bruscos e deixar o coração quebrado repousar enquanto o tempo faz efeito. 



"Don't be concerned, you know i'll be fine on my own. 
I never said "don't go..."
But i hidden a note,
 it's pressed between pages that you've marked to find your way back
it says: "does he ever get the girl?"



posted by Deborah Luisa at 14:19 | 0 comments