segunda-feira, 10 de agosto de 2009
"Você era sol e eu queria luz. Era chuva e eu precisava de água. Éramos começo, novidade. O primeiro doce do pacote, a primeira mordida de uma boca com fome. E eu era faminta. Saboreava a vida como um tempero exótico. Eu era a cega que voltava a ver, e você era a primeira tonalidade. Enfim, éramos um doce. Um doce problema. Porque o problema de toda novidade é que o novo tem validade.

Curta. Não importa o quanto o sentimento seja legítimo: se é novo, uma hora fica velho. Com o tempo, cria artrites, os ossos enfraquecem, e como nas pessoas, o coração falha. Às vezes entope, às vezes corre. Mas tem vezes que pára. Hoje eu quis entender porque é que o meu desacelerou. Se era antes capaz de parar o tempo, decretar a paz e jurar estabilidade, hoje negou a si mesmo. Não porque era superficial, nem porque não aguentou o tranco. Sinceramente, eu nem sei bem o por quê. Só sei que hoje eu quis um pouco mais de mim e um pouco menos de você.

Não sei se chamo isso de fracasso, vulnerabilidade ou se é só uma lição pra me fazer te dar valor quando tudo não parecer mais tão seguro. Sou vulnerável às mudanças do tempo e não tenho imunidade contra o desinteresse. Ninguém tem. Ninguém que teve um brinquedo, uma música favorita ou um sentimento extraordinário saberia eternizar o impulso do início. A insatisfação, muitas vezes, é o que faz as coisas andarem. E desta vez, ela me faz andar para um lado contrário ao teu.

Por mais que a contraditória aqui seja eu. Ou que as palavras tão firmes de antes hoje pareçam poeira. Se até a dona natureza, que é sábia, tem mudanças de estações, eu - que sei tão pouco de tudo - acho que também posso ter. E posso criar meu próprio tsunami se bem entender. Correndo o risco sim, de parecer volúvel. Mas nunca me entregando à mediocridade que é viver com um coração resignado. Ou de oferecer amor em um tom apagado. Se é vida o que você me propõe, considere a missão cumprida. Quanto mais inexplicável tudo parece, mais eu me sinto viva."


Milena Gouvêa.

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posted by Deborah Luisa at 18:19 | 0 comments
Ontem eu fui dormir confusa. Hoje eu acordei destinada. Pedi com todas as minhas forças e minha fé por uma indicação do caminho. Porque não há respostas certa ou erradas. Há a coerência. E foi com ela ao meu lado que eu acordei hoje.

Eu pensei sobre tudo. Eu ouvi muita gente. Eu ouvi a minha mãe. Ouvi meu melhor amigo. Ouvi quem há muito não falava. Ouvi Weezer, Radiohead, Pato Fu, Dashboard Confessional. Ouvi meu coração. Ouvi a mim mesma, com tal intensidade que há muito tempo eu não escutava. Eu passei muito tempo gritando comigo mesma e não me ouvindo. Por causa do barulho e da bagunça ao redor, eu acho. Eu precisei me manter longe e sozinha para me ouvir e decidir o que é melhor para mim. Foi o que eu fiz. E tomei minha decisão.

Decidi que não vou me jogar fora. Eu sou a minha melhor amiga. Eu vou estar bem, contando que eu tenha a mim mesma. Quero ter de volta tudo que eu deixei para trás. Quero meu orgulho de volta. Quero minha coragem, minha segurança, meu brilho. E acima de tudo, voltar para a rota segura: os meus princípios.

Decidi que não vou mudar. Eu tentei, e não foi bom. Não quero ser outra pessoa só para agradar alguém. Ninguém vale mais para mim do que eu mesma. Essa é a minha decisão. Não vou mudar para agradar, como vinha acontecendo. Essa mudança podia ser ótima para os outros, mas não para mim. Precisei cair para aprender.

Meu pai costuma dizer que as vezes a gente precisa dar dois passos para trás, rever algumas coisas, pra então seguir em frente com determinação. Este conselho nunca esteve tão certo.

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posted by Deborah Luisa at 17:28 | 0 comments
domingo, 2 de agosto de 2009
Oh it tears me up
I try to hold on but it hurts too much
I try to forgive but it's not enough
To make it all okay


é.

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posted by Deborah Luisa at 12:38 | 0 comments