segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Era demais pensar que finalmente minha busca tinha chegado ao fim, que agora sim, depois de tantos tropeços, rios chorados e desilusões, a princesinha teria seu conto terminando em reticências. Era demais. 


É assim que as coisas são. E agora, depois de mais rios chorados, eu finalmente entendo o que fazia  tudo funcionar. Amaldiçoei a distância tantas vezes sem me dar conta de que, na verdade, era ela que sustentava tudo. Era ela, quase que sozinha nos mantinha de pé, nos amarrava nessa história. Amaldiçoei e odiei minha maior aliada. Até que ela cansou de nunca receber nem um "obrigado" e desistiu de fazer o seu trabalho. O fim era invitável, a distância foi embora. E de perto tudo é muito duro, tudo é perto demais. 

Talvez eu mesma seja o problema. Esse negócio de proximidade não é o meu forte, eu confesso. Mas a compreenssão e a paciencia de esperar eu ter meu tempo de aceitar alguém assim tão perto não eram pontos fortes do alheio tampouco. No fim das contas, começo a realmente achar que com a distância é mais fácil. A distância faz pensar que a proximidade é perfeita, faz esquecer que o outro também é humano, que tem defeitos, muitas vezes difíceis de lidar. Se idealiza uma perfeição que não existe e que depois, de perto se torna frustrante. É lindo idealizar encontrar o outro, dormir de conchinha. Mas de perto pode ser frustrante se o outro resolver roncar na sua orelha a noite inteira. Lá se vai a perfeição. É frustrante ver a perfeição idealizada transformada em realidade. E é isso que acontece na maioria das vezes. 



Eu não sei lidar com a frustração. Não tenho esse jogo de cintura para aceitar que a  perfeição idealizada não seja tão perfeita assim. Tento, com tudo que posso, me adaptar. Tento buscar um equilibrio entre a fantasia e a realidade. Um equilibrio entre a frustração e a frieza. Não voar demais e não me tornar fria demais. Alcançar esse equilíbrio para não terminar como pessoas que, como eu, criaram essas fantasias e depois de tantas desilusões acabarem preferindo as suas próprias ilusões. Pessoas que se tornaram frias demais, autosuficientes demais. E no fim das contas, nunca tiveram um conto terminando nas reticências.

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posted by Deborah Luisa at 20:12 |

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